quinta-feira, 23 de agosto de 2012

VTL do Cariri está com dois carros paralisados

22/08/2012 - Diário do Nordeste

O Metrô do Cariri está com dois dos três vagões sem funcionar há mais de dois meses. Com a paralisação dos veículos, em virtude de problemas relacionados às colisões registradas entre os percursos de Crato e Juazeiro do Norte, aumenta o tempo de espera dos usuários nas estações entre as duas cidades. Antes, era de 45 minutos, e agora foi ampliado para 1 hora e 20 minutos. Outro grande problema está relacionado à depredação, por parte de vândalos, durante o percurso.

De acordo com a gerente administrativa do metrô, Dina Maria Moreira de Assis, não há previsão de conserto dos dois vagões. Ela afirma que vem sendo encaminhado o processo de licitação. As partes danificadas pelos acidentes registrados, principalmente, nas passagens de nível, são, em sua maioria, na parte dianteira dos veículos, o que prejudica a proteção do motor.

Consertos

Segundo cálculos da administração, já se somam mais de R$ 120 mil gastos apenas com os consertos em virtude dos acidentes, a maioria deles, conforme Dina Moreira, pela falta de atenção dos motoristas. Ela afirma que, além da sinalização obrigatória, como a Cruz de Santo André e o sinal sonoro, foram incluídos portões para impedir a passagem dos condutores.

Em alguns casos, as pessoas sequer aguardam que os portões sejam abertos novamente e passam por baixo.

Outro problema tem sido causado pela depredação dos veículos, ao longo da única linha, entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte. Em pouco mais de dois anos de funcionamento na região, já foram quebradas pelo menos dez janelas de vidro. Cada uma delas, de acordo com Dina, tem um custo de R$ 1 mil.

Outras ainda precisam ser repostas, por já estarem danificadas em virtude dos ataques, a maioria deles, explica a gerente, pode ser ocasionado com o uso de estilingues. "A gente até pode identificar os locais das ocorrências, mas não tem como identificar as pessoas", diz ela.

Educação

Sobre essa questão, está sendo realizado um trabalho educativo nas escolas, nas principais áreas onde foram registradas as ocorrências, por meio dos técnicos e da própria administração do metrô. Conforme a gerente, atualmente, é pago pelo percurso R$ 1,00. São pelo menos 1.100 usuários por dia. Antes, com os dois vagões, esse número chegava a 1.300. Dina afirma, ainda, que não houve uma redução significativa em relação ao fluxo de passageiros.

No entanto, os usuários reclamam do tempo a mais que têm de esperar para se locomoverem entre as duas cidades, a exemplo do vendedor José Roberto Barbosa. Todos os dias, ele precisa utilizar o transporte. Apesar da melhoria no setor de transporte na região, com a inserção do trem, ele diz que é preciso mais agilidade, por também haver bastante demora em virtude da quantidade de paradas.

Distância

Já o aposentado Antônio Honório Pereira declara que a chegada do trem trouxe benefícios para a região. Ele é um deles, por estar isento do pagamento da taxa. Mas, ressalta que um dos problemas relacionados ao que ele chama de pequeno fluxo de passageiros é a distância das estações, principalmente, em Juazeiro do Norte, do Centro.

"O povo ainda vem pouco. Se fosse mais próximo da Praça Padre Cícero, seria bem maior o número de usuários e realmente se estaria sentindo essa paralisação dos outros vagões", afirma o aposentado.

Até agora, o maior número de ocorrências registradas foram entre as estações Padre Cícero e Crato, e em Juazeiro, entre a estação do Antônio Vieira e a Escola, nas proximidades do Frigorífico Industrial da cidade.

Segundo a gerente, a fibra usada nos vagões é onerosa, por ser um material especial. Desde que foi inaugurado na região, há o interesse de outras administrações em ampliar a linha do trem. O problema das depredações vai depender do nível de conscientização das pessoas, para que haja a redução dos prejuízos, conforme a administração. Há dois anos e meio, o metrô funciona na região.

A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) iniciou, em fevereiro deste ano, as operações da estação Escola, localizada no Bairro São José, em Juazeiro do Norte. A estimativa é de que passem pela estação os estudantes da Escola Técnica Profissionalizante Raimundo Saraiva Coelho, além de moradores e trabalhadores de uma indústria instalada próxima à estação.

A estação Escola segue o padrão implantado em todas as estações do Metrofor com acesso ao trem por portas nas plataformas, obedecendo todas as normas de acessibilidade. O Metrofor investiu cerca de R$ 398 mil na construção e na compra de equipamentos.

Esta é nona estação, que liga Juazeiro ao Crato. A linha do metrô do Cariri, que com 13,9 km de extensão, transportou 295.400 pessoas em 2011.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cariri: VLT funciona apenas com um vagão há três meses

07/08/2012 - Fortalbus

Intervalo entre as viagens ficou mais demorada e passageiros adotam outras formas de viajar entre as cidades de Juazeiro do Norte e Crato.Os veículos estão avariados devido aos constantes acidentes, mas para acontecer a reforma, é necessário que seja realizado uma licitação. A tarifa custa apenas um real, mas a demora faz com que os passageiros optem pelos ônibus.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Trem sustentável muda rotina de moradores no sertão do Ceará

06/06/2012 - G1 CE

VLT pode levar 3 mil pessoas por dia aproveitando linha férrea já instalada. Composições do Metrô do Cariri foram montadas no estado

O professor de informática Allan Diego Batista tinha o hábito de viajar diariamente de motocicleta entre duas cidades do interior cearense. Há dois meses, passou a usar um meio de transporte menos poluente, que retirou o equivalente a seis ônibus das ruas.
 
Ele passou a ser usuário do Metrô do Cariri, o primeiro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da região. “Deixei de trafegar em uma rodovia perigosa (CE-292), de correr riscos com acidentes e com o trânsito, além de ter mais conforto”, conta Batista.
 
O VLT do Cariri funciona há mais de dois anos transportando por uma antiga linha férrea cerca de 1.400 usuários por dia. Ele percorre nove estações ao longo de 13,6 quilômetros em 40 minutos e liga as cidades do Crato e de Juazeiro do Norte, principais centros urbanos da região do Cariri, sul do Ceará.
 
Menos emissões
 
“A emissão de gases é muito menor. O modelo utilizado no Cariri tira seis ônibus bem mais poluentes das ruas. É considerado um veículo bem seguro, confortável e mais rápido”, explica o engenheiro mecânico e diretor de operações da empresa responsável pelo VLT do Cariri, o Metrô de Fortaleza (Metrofor), Plínio Saboia.
 
Soluções mais sustentáveis para as cidades, inclusive dos seus sistemas de transporte, são um dos temas a serem debatidos na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece este mês no Rio de Janeiro.
 
O trânsito entre os moradores das duas cidades seja para trabalhar, estudar ou comprar é histórico e, antes, o transporte público era feito por uma linha de ônibus intermunicipal e vans. Saboia considera o VLT uma evolução dos antigos bondes elétricos. "Em outros países, os bondes foram se aperfeiçoando até chegar ao modelo de VLT. No Brasil, deixou de ser utilizado, e cada pessoa passou a ser locomover no seu carro", compara.
 
“Acho que o VLT ainda vai crescer muito pelo Brasil. É um transporte barato, polui menos que outros transportes, é mais rápido e confortável”, diz Geovane Araújo, um dos operadores do VLT. A implantação do metrô gerou, aproximadamente, 160 empregos diretos na região.
 
'Made in Ceará'
 
O pioneirismo cearense em "resgatar o bonde" chamou a atenção de outras cidades brasileiras, como Recife, Maceió, São Paulo, Rio de Janeiro e Macaé. As empresas e governos interessados no modelo viajam ao Ceará para conhecer a fábrica, o trem e as estruturas das estações. Os três veículos, com duas composições cada, foram montados pela empresa Bom Sinal, no município de Barbalha, a 28 quilômetros de Juazeiro do Norte.
 
As peças de tração dos trens são importadas da Alemanha, mas a integração das partes e dos sistemas é toda feita no Ceará. “O VLT é 80% feito no Ceará, é uma tecnologia nacional”, afirma o diretor de operações do Metrofor.
 
A linha férrea usada para o transporte de cargas da linha Transnordestina foi remodelada para receber o novo veículo e a prioridade no trecho tornou-se a locomoção de passageiros.
 
Os engenheiros decidiram utilizar o modelo com motor movido a diesel, em vez do elétrico, pelo fato de os custos serem mais baixos. Segundo o governo do estado, o valor total da implantação foi de R$ 25 milhões.
 
Economia 
 
Os benefícios da chegada do VLT, com uma passagem no valor de R$ 1, são logo sentidos no bolso e no tempo dos usuários. “Gastava mais de R$ 85 de gasolina e, hoje, não chego a gastar nem R$ 60 por mês indo trabalhar”, diz Allan Batista. A colega de trabalho do professor e usuária do VLT, Fabiana de Alencar, também poupou quando substituiu o ônibus pelo trem e ganhou qualidade de vida.
 
“É climatizado, mais seguro e não é lotado como os ônibus. Em dez minutos, chegamos à escola. A gente percebe também a mudança para os estudantes. O trem facilitou muito a vida deles, que sempre precisam fazer uma atividade extra e não dependem mais de ônibus e da insegurança”, relata a professora de língua estrangeira e empreendedorismo.
 
“Além de remodelar os trilhos, o entorno também passou por melhorias. Nesse percurso do trem, foram instalados escolas, supermercados e restaurantes”, diz a diretora do Metrô do Cariri, Dina Moreira. A Escola Estadual de Educação Profissional Raimundo Saraiva Coelho, onde os dois professores trabalham, foi inaugurada em agosto de 2011, ao lado da passagem do VLT. 
 
Subutilizado
 
Mesmo com as mudanças nas rotinas de Allan, Fabiana, e de muitos estudantes, o metrô do Cariri ainda é subutilizado. A meta do Metrofor é que de 2.500 a 3.000 pessoas sejam beneficiadas diariamente com o trem. Por ter reaproveitado o caminho da linha férrea construída há mais de 50 anos, o VLT não passa pelas áreas centrais das cidades. Para chegar às estações, a maioria dos usuários precisa tomar um ônibus, pagando duas passagens.
 
O Metrofor informou que estuda um projeto de integração no metrô da região. "Quando os transportes estão interligados, há um aproveitamento bem melhor”, afirma o diretor Plínio Saboia. Segundo o governo estadual, não há previsão para a integração se concretizar.
 
Além da falta de integração, as viagens de metrô estão mais difíceis por causa da demora de uma viagem para outra. A espera média de um usuário, que deveria ser de 40 minutos, agora é de uma hora e vinte minutos, porque apenas um trem está em atividade. Dois veículos foram danificados em colisões com automóveis e estão parados para reformas. O Metrô do Cariri funciona com três veículos, dois em atividade e um sobressalente. Segundo a diretora Dina Moreira, a situação deve ser normalizada ainda em junho.
 
Leia também:
 
Instituto da Cidade lança livro sobre Calçadas Acessíveis 
Governo do Ceará quer assumir obra de mobilidade da Copa em Fortaleza 
Trecho em túnel do metrô de Fortaleza faz 1ª viagem com passageiros 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Metrô do Cariri está na final de prêmios de projetos sustentáveis

28/03/2012 - Metrofor

Os vencedores serão anunciados no dia 15 de maio


O Metrô do Cariri, da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), está na final do Prêmio Greenvana Greenbest e concorre com seu projeto de uso de Veículo leve sobre trilhos (VLT) na categoria transporte. Na fase final da edição de 2012, a população poderá votar, até o próximo dia 24 de abril, pela internet, nos projetos que julgarem com maior contribuição para a sustentabilidade e de menor impacto ambiental.

O VLT do metrô do Cariri concorre com projetos da Volvo e da Eco Bike Curitiba. A votação é feita pela internet, no site www.greenbest.com.br. Os vencedores serão anunciados no dia 15 de maio.

O Prêmio Greenbest foi criado pela Greenvana, especialista em projetos e produtos sustentáveis, como forma de incentivar e valorizar empresas, projetos, produtos, profissionais e campanhas sustentáveis. O concurso nacional de consumo e iniciativas com foco no meio ambiente elege as melhores iniciativas em 19 categorias por meio de votação popular e da Academia Greenbest, composta por profissionais e personalidades influentes do setor. Os votos da Academia serão auditados, pelo segundo ano consecutivo, pela Ernst & Young Terco.

Metrô do Cariri

O Metrô do Cariri, da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), está em operação há dois anos e transporta mais de 30 mil usuários por mês em Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).  O VLT é uma opção de transporte eficiente, seguro e barato - a passagem custa R$ 1,00. Além disso, utiliza tecnologia local, visto que são fabricados pela Empresa Bom Sinal de Barbalha, na Região Metropolitana do Cariri. A fabricação das composições estimulou a indústria ferroviária nacional, que não produzia novos trens desde a década de 1970.

Vantagens

Os VLTs substituem os tradicionais trens puxados por locomotivas, os chamados “pidners”. Movido a diesel ou biodiesel, o VLT é mais suave, mais rápido, mais silencioso e menos poluente. Uma composição de quatro carros do VLTs transporta 766 passageiros, oferecendo mais área livre do que os trens comuns.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Metrofor inicia operação na estação Escola do metrô do Cariri

15/02/2012 - Metrofor

A estação Escola vai atender alunos da escola profissionalizante, indústrias e moradores da região


Metrô do Cariri, estação de Juazeiro do Norte
créditos: Divulgação

A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) iniciou, esta semana, as operações da estação Escola, localizada no bairro São José, em Juazeiro do Norte. A estimativa é que passem pela estação os estudantes da Escola Técnica Profissionalizante Raimundo Saraiva Coelho, além de moradores e trabalhadores de uma indústria instalada próxima à estação.
 
A estação Escola segue o padrão implantado em todas as estações do Metrofor com acesso ao trem através de portas nas plataformas e obedecendo todas as normas de acessibilidade. O Metrofor investiu cerca de R$ 398 mil na construção e na compra de equipamentos.
 
Esta é nona estação do metrô do Cariri, que liga Juazeiro do Norte ao Crato. A linha do metrô do Cariri, que possui 13,9 km de extensão, transportou 295.400 pessoas em 2011. As outras estações da linha são: Juazeiro, Teatro, Crato, Fátima, São Pedro, São José, Muriti e Padre Cícero.
 
Segundo o diretor de operação do Metrofor, Plínio Saboya Neto, o transporte ferroviário no Cariri está sendo muito bem recebido pela população. Além de oferecer transporte a um preço acessível, o metrô atrai pelo conforto que oferece. 
 
Para utilizar o trem, o passageiro pagasomente um real. O valor é subsidiado para beneficiar a população que mais utiliza esse meio de transporte, que está concentrado nas classes C e D.
 
A nova estação faz parte dos investimento de melhoria previstos para a linha. Em dezembro, o metrô do Cariri recebeu o Veículo Leve sobre Trilhos 3. A terceira composição dá mais confiabilidade ao sistema, pois é usado para substituir as outras composições em caso de parada para manutenção.
 
Metrô do Cariri
 
O Metrô do Cariri completou, em 1º de dezembro, dois anos de operação com o transporte mensal de mais de 25 mil usuários. De acordo com um projeto do Metrofor, esse número deve crescer ainda mais com a integração entre o Metrô do Cariri e algumas linhas de ônibus intermunicipais.
 
De acordo com o gerente de Controle e Tráfego do Metrofor, Antonio Chalita de Figueiredo, a integração vai permitir que o usuário do Metrô utilize apenas um bilhete para pegar as linhas integradas de ônibus para continuar seu percurso. Segundo Antônio Chalita, a integração será tarifária, operacional, temporal e física. "Com isso prevemos que haverá um incremento em torno de 20% a 30% de passageiros no sistema", avalia. A integração está prevista para começar este ano.
 
O Metrô do Cariri opera de segunda a sexta-feira, de 6 horas às 19h20, fazendo um total de 42 viagens/dia. No sábado, ele funciona de 6 horas às 14 horas, com 30 viagens. O percurso Juazeiro do Norte a Crato leva cerca de 40 minutos.